"Isso é muito importante porque hoje são mais de 14 milhões de praticantes de corrida de rua no Brasil. Comprei um tênis tal, uma camiseta tal. Será que eu fui ao médico?" disse Mateus Freitas Teixeira, médico do Esporte e cardiologista. A proposta prevê a criação de um banco de dados para inserir avaliações cardiológicas anuais, sem exigir atestados médicos a cada corrida ou termos de responsabilidade.
No Corrida Segura que abordou o tema, conduzido pelo médico Aézio Magalhães, foi debatido sobre incluir no anexo três da Norma sete da CBAt, primeiro uma recomendação e depois a obrigação de que os corredores em por avaliação médica anual. O objetivo é evitar mortes súbitas em corridas de rua.
"Como a CBAt poderia trabalhar? Estamos junto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) no grande desafio de transformar o Brasil numa nação esportiva, mas isso a por um crescimento responsável, não só no número de participantes, não apenas para movimentar o business do esporte, o turismo, mas com a atenção voltada para a integridade física do desportista, da pessoa que quer viver o mundo fantástico do esporte e da corrida de rua, mas em segurança", disse Wlamir, para acrescentar que a partir desse conceito surgiram as conversas com a SBMEE e a ABRACEO.
A ABRACEO e a ATC compraram a ideia para que as assessorias e os organizadores de corridas de rua levem a campanha aos atletas. "Precisamos da conscientização, de que os atletas e esportistas entendam que o propósito é assegurar a integridade física de todos", ressaltou Wlamir. "Estamos falando de evolução e carecemos de ferramentas que torne isso assertivo."

Foto: Bruno Barros/Fotop
Guilherme Celso, presidente da ABRACEO, disse que não há uma estatística sobre o número de mortes súbitas ocorridas em corrida de rua, mas pessoalmente sabe que foram três em um ano, num universo de 14 milhões de praticantes. "Mas a repercussão é muito negativa e acaba parecendo que a morte na prática da atividade física ocorre muito. Morrem mais pessoas sedentárias!", disse. No entanto, nenhum organizador de corrida de rua quer uma morte em sua prova. "A CBAt entrando com a Norma, os organizadores de corrida ficam mais seguros e protegidos e os corredores mais conscientes."
Douglas Melo, da ATC, ressaltou que os corredores pedem aos técnicos até mesmo orientação do que comer na véspera da corrida e que já cresceu a conscientização sobre a ideia "de ar pelo médico". Mas observou que, ao mesmo tempo em que cresceu muito o número de participantes e de assessorias, cresceu também de informações na internet e daqueles que começam a partir disso antes de recorrer a um treinador, uma assessoria. "Os treinadores estão juntos pela Corrida Segura."